À medida que o Carnaval se aproxima, muitas pessoas se preparam para viajar ou organizar encontros com amigos, dando início a uma temporada festiva repleta de diversão, frequentemente acompanhada pelo aumento no consumo de bebidas alcoólicas. Durante esse período, é comum surgir a necessidade do popular ‘kit ressaca’, o qual se torna integrante das celebrações. No entanto, é crucial ressaltar que a escolha inadequada desse ‘combo de medicamentos’ para combater a ressaca pode não apenas falhar em aliviar os sintomas, mas também agravá-los ou gerar efeitos colaterais indesejados.
De acordo com um estudo sobre automedicação realizado pelo Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ), no Brasil, nove em cada dez pessoas consomem medicamentos sem prescrição médica. Entre os produtos mais procurados para esse fim estão os hepatoprotetores, analgésicos e antiácidos.
“Mesmo que pareçam simples, esses medicamentos afetam o metabolismo e podem provocar alterações em vários órgãos quando usados em excesso e/ou combinados com álcool, impactando a saúde de modo geral. Isso pode inclusive piorar alguns sintomas já existentes, principalmente em relação ao trato gastrintestinal, provocando lesões na mucosa do estômago, alterações hepáticas e aumento do risco de hemorragias”, alerta a farmacêutica da Prati-Donaduzzi, Emanuelle Menegazzo Webler.
A administração simultânea de medicamentos de uso contínuo e também dos medicamentos que atuam no Sistema Nervoso Central requer atenção especial. “Eles são frequentemente prescritos para condições como ansiedade, depressão, hipertensão, diabetes e problemas cardíacos. Sob nenhuma circunstância devem ser associados ao consumo de bebidas alcoólicas. O mesmo princípio se aplica aos medicamentos indutores do sono, utilizados para dormir, que possuem efeitos sedativos e hipnóticos”.
Curtir sem neura
Para aqueles que pretendem aproveitar o Carnaval com curtição sem neura, os cuidados com o corpo não podem ser negligenciados. Em meio aos vários dias de festas, a moderação é essencial, e a atenção aos cuidados corporais é essencial para prevenir problemas de saúde, como desidratação, intoxicações alimentares, alergias, insolações e contaminação por doenças.
Benzodiazepínicos, antigripais, antidepressivos e anti-inflamatórios são as classes de medicamentos que mais causam intoxicações no país. Já os ansiolíticos, sedativos hipnóticos e anticonvulsivantes podem apresentar efeitos tóxicos consequentes de sua ação direta sobre o Sistema Nervoso Central. “Antes de iniciar o uso de novos medicamentos, é imprescindível buscar a orientação de um profissional de saúde para avaliação das possíveis interações medicamentosas com substâncias já utilizadas anteriormente”, orienta.
A intoxicação por medicamentos é uma situação perigosa que pode acarretar graves consequências, tornando crucial procurar atendimento emergencial imediatamente. “Se houver sintomas como perda de consciência ou sonolência, é aconselhável contatar imediatamente o serviço de atendimento de urgência, fornecendo aos profissionais o nome do medicamento suspeito que foi ingerido", destaca Emanuelle.
