A cor azul traz um lembrete: abril é o mês para conscientizar à população sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que existam 70 milhões de autistas no mundo. Já no Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas são acometidas pelo autismo no país. O TEA é um distúrbio caracterizado pela alteração das funções do neurodesenvolvimento do indivíduo, interferindo na capacidade de comunicação, linguagem, interação social e comportamento, entre outros fatores, como explica a médica psiquiatra infantil convidada pela Prati-Donaduzzi, Marilia Pessali.
“Dificuldade para entender sutilezas, para interpretar expressões ambíguas, mudanças na entonação da voz e para compreender expressões faciais. Estas condições podem se refletir também na forma como a pessoa se comunica, desde ter dificuldades para se expressar em alguns contextos, como desconforto diante de interações sociais e para modular o tom da voz, e até o atraso ou ausência de fala”, contou a Dra. Marilia Pessali.
O Transtorno do Espectro Autista não tem cura, mas o diagnóstico precoce permite o desenvolvimento de práticas para estimular a independência e a promoção de qualidade de vida e acessibilidade às pessoas. “As terapias podem estimular uma habilidade em atraso ou ensinar a lidar com dificuldades emocionais, sociais e de comportamentos. Por isso, mesmo sem um diagnóstico fechado de autismo elas podem ser indicadas corretamente. Além disso, a avaliação diagnóstica do espectro autista pode ocorrer de forma longitudinal e, nestes casos, a evolução da pessoa a partir das intervenções terapêuticas muitas vezes traz informações valiosas para o raciocínio médico”, orientou.
Ainda de acordo com a especialista, como as características do autismo englobam diferentes habilidades e funções (fala, motricidade, habilidades sociais) na maioria das vezes, a intervenção multidisciplinar é indicada e também o uso de medicamentos. “É adequado que a equipe de profissionais haja de forma coordenada sobre as técnicas utilizadas e respostas obtidas. Isso permite direcionar os esforços de forma mais produtiva e segura. Já a medicação, ela é fundamental para o controle de sintomas como agitação motora, ansiedade, sintomas depressivos, insônia e agressividade, atenuando o sofrimento da pessoa e até promovendo melhor aproveitamento nas terapias”, esclareceu a psiquiatra infantil.
Diagnóstico tardio
Apesar do TEA ser uma condição identificada na maioria das vezes ainda na infância a partir de um ano e meio a dois anos, ele vem sendo diagnosticado com cada vez mais frequência em adultos. “Atualmente, com o conhecimento sobre genética, epigenética e neurofisiologia, temos uma compreensão mais ampla dos mecanismos biológicos que influenciam na ocorrência do transtorno do espectro autista. Isso permite uma visão mais ampla de suas manifestações. Assim, conseguimos ser mais sensíveis aos aspectos do autismo nos diferentes níveis de gravidade, e nas possíveis variações em sua apresentação ao longo da vida. Outro ponto é que, com mais divulgação sobre o espectro do autismo, mais profissionais estão atentos para identificá-lo e as pessoas em geral também estão mais conscientes, buscando ajuda quando percebem em si as características”, informou a médica.
SOBRE A PRATI-DONADUZZI
A Prati-Donaduzzi, indústria farmacêutica 100% nacional, é especializada no desenvolvimento e produção de medicamentos. Com sede em Toledo, Oeste do Paraná, produz aproximadamente 13 bilhões de doses terapêuticas por ano e gera mais 5 mil empregos. A indústria possui um dos maiores portfólios de medicamentos genéricos do Brasil e desde 2019 vem atuando na área de Prescrição Médica, sendo a primeira farmacêutica a produzir e comercializar o Canabidiol no Brasil.