Aprender um curso ou até praticar uma atividade esportiva, são oportunidades que às vezes parecem estarem tão distantes para muitos jovens. Através dos projetos sociais, crianças e adolescentes têm a chance de praticar uma dessas atividades, sem pagar nada.
A Ação Social São Vicente de Paulo é uma delas. São 300 crianças e adolescentes que são atendidas diariamente. Mesmo na pandemia elas não ficaram desassistidas, os trabalhos remotos aconteciam, mas principalmente cestas-básicas eram oferecidas todos os meses para as famílias cadastradas.
O professor de música Cleverson Henrique Goettems, diz que a maioria dos alunos não teria condições de pagar um curso de piano, violão, flauta. “É uma chance única de ter contato com a arte. Se não estivessem aqui aprendendo, o que será que estariam fazendo, eu me pergunto isso às vezes, e acho lindo ver como eles valorizam isso e se dedicam”.
O Kauã Henrique, de 15 anos, participa dos projetos há três. Além das brincadeiras, aprende montagem de computador e aula de informática e ainda faz um lanche antes de ir pra casa, rotina diária. “Já estou até triste, porque o tempo de ficar por aqui está chegando quase ao fim, tenho só mais ano que vem. Vou sentir saudades, aprendi muito aqui” explica o aluno.
Para manter tudo isso, além da iniciativa pública é preciso ter adesão das instituições privadas. O Gerente de Marketing da Prati-Donaduzzi Lucas Angnes, esclarece que através do Fundo para Infância e Adolescência – FIA, a empresa destina uma parcela do imposto de renda e varias entidades conseguem ter acesso a esses recursos. “É uma oportunidade de apoiar causas que se alinham com o nosso propósito. Esse valor do imposto de renda iria para o governo, o qual faria a distribuição. Com a destinação ele é revertido para os atendimentos de crianças e adolescentes da nossa cidade”.
O trabalho realizado na instituição é de graça e conta com uma equipe para atender a faixa etária de seis a 17 anos. “Graças a esses recursos, temos a possibilidade de pagar a equipe profissional, comprar os equipamentos e fazer melhorias no local” comemora a diretora e fundadora da entidade Irmã Luíza Menin.
Kauã Henrique é aluno da Ação São Vicente de Paulo desde dos 12 anos, além das aulas de informática, faz curso de montagem de computador
Recursos que ficam em Toledo
A presidente do Conselho Municipal Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) Ivone Laguna, diz que o município de Toledo teria a capacidade de arrecadar até 3 milhões de reais, mas não chega nem à um terço desse valor. Isso porque as empresas quando fazem o imposto de renda, não destinam para alguma instituição. “A gente deixa de ter mais projetos, de atender mais crianças porque muitas não aderem a Campanha Legal do Imposto de Renda. O montante é revertido no atendimento direto às crianças e adolescentes do nosso município, contribuindo assim para a superação das vulnerabilidades sociais enfrentadas”.