A farmacêutica paranaense Prati-Donaduzzi começou, há seis anos, estudos para a criação de medicamentos à base de canabidiol (CBD). Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo
Uma das pioneiras no assunto, a farmacêutica paranaense Prati-Donaduzzi começou, há seis anos, estudos para a criação de medicamentos à base de canabidiol (CBD), substância extraída da planta da maconha. Hoje, a indústria localizada em Toledo – e que nas últimas semanas anunciou investimento de R$ 650 milhões para ampliação de sua fábrica –, é uma das que se colocam à frente de um polêmico, mas potencialmente rico mercado.
De acordo com duas empresas de pesquisas, New Frontier e Green Hub, esse setor tem potencial de movimentar anualmente R$ 4,7 bilhões no Brasil. O que equivaleria a mais de 6% do faturamento da indústria farmacêutica do país. Segundo esses levantamentos, existe um mercado consumidor na casa dos quatro milhões de brasileiros. Um número, no entanto, altamente contestável, já que leva em conta a utilização do princípio ativo no tratamento de doenças como Parkinson – a comprovação científica do benefício do canabidiol neste campo ainda é contestada.
Trazidos para um universo mais sólido, onde as pesquisas são mais factíveis, o CDB tem melhores resultados em tratamento de epiléticos. Ainda assim, é um mercado consumidor grande: cerca de 700 mil pacientes com epilepsia refratária – que não respondem a qualquer outro tipo de tratamento. “O povo acha que é um santo remédio. Que [o CBD] cura desde unha encravada a câncer. Isso não é verdade. Tem gente que fala: funciona para Parkinson, funciona para outras doenças. Não, nós não sabemos. Não existem estudos clínicos comprovando isso. No Brasil, o mercado total é de 700 mil pessoas”, destaca Eder Fernando Maffissoni, diretor-presidente da Prati-Donaduzzi.
*Matéria publicada no dia 13/02/2020 no Jornal Gazeta do Povo.