Maior fabricante de medicamentos genéricos do país, o laboratório farmacêutico paranaense Prati-Donaduzzi quer agora ganhar espaço no mercado de “nutracêuticos”, que tem crescido a taxas de mais de 20% ao ano, segundo estimativas.
Os nutracêuticos são alimentos funcionais baseados em nutrientes que podem atuar na prevenção de doenças, como minerais, proteínas, vitaminas e outros. Reconhecida pelo investimento em pesquisa e desenvolvimento, a empresa de Toledo (Oeste do estado) lançou em junho os primeiros produtos de sua nova linha, chamada de Vigora. São quatro polivitamínicos e três suplementos de cálcio, em cápsulas gelatinosas.
A distribuição começou pelo Paraná e em seguida os produtos chegarão a pontos de venda no Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Em 60 dias, eles devem estar à venda em todo o país, diz o vice-presidente da companhia, Eder Maffissoni. Até o fim do ano, a Prati-Donaduzzi vai colocar no mercado mais 12 produtos, e a meta para 2016 é lançar dois itens por mês. Dos 4,7 mil funcionários da empresa, 40 estão dedicados à produção de nutracêuticos.
“A intenção é oferecer ao consumidor alimentos funcionais com qualidade farmacêutica, garantindo que tudo o que está descrito no rótulo realmente está contido no produto”, diz Maffissoni. Ele se refere ao fato de que, por serem considerados alimentos, os nutracêuticos são submetidos a uma legislação mais branda que a dos medicamentos.
Ampliação
A Prati-Donaduzzi concluiu há algumas semanas a instalação de sua nova fábrica de produtos farmacêuticos, que está em fase de qualificação e certificação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo Maffissoni, a produção comercial começa em agosto e será elevada gradativamente. Os trabalhadores para a nova linha serão contratados aos poucos, alcançando um total de 350 a 400 pessoas até janeiro.
A nova fábrica, que recebeu investimentos de R$ 150 milhões nos últimos dois anos, aumenta em cerca de 50% a capacidade de produção da Prati-Donaduzzi. Dona de aproximadamente 30% do mercado brasileiro de genéricos, a companhia, que hoje produz quase 12 bilhões de doses terapêuticas por ano, poderá chegar à marca de 18 bilhões de doses anuais quando a nova linha estiver funcionando a plena capacidade.
Faturamento ainda sobe, mas lucro diminuiu
A recessão não reduziu o ritmo de crescimento das receitas da Prati-Donaduzzi, mas já afetou a lucratividade da companhia.
Segundo o vice-presidente da empresa, Eder Maffissoni, o faturamento ainda cresce a taxas próximas de 25%. “O setor farmacêutico sente menos a crise porque a demanda por medicamentos permanece”, diz.
O que afetou o lucro, segundo ele, foi o forte aumento nos custos de produção. “O dólar subiu, elevando o preço de insumos que são importados. O custo da energia elétrica disparou, o dos combustíveis também aumentou. A mão de obra ficou mais cara, e nossos gastos nessa área tendem a subir, com o fim da desoneração da folha de pagamento”, explica. “Uma parte desses aumentos foi repassada para os preços, mas também tivemos de achatar um pouco as margens.”
Em 2013, a companhia teve receita líquida de R$ 566 milhões e lucro de R$ 34 milhões, segundo o anuário Maiores do Sul, da Revista Amanhã.
Fonte: Gazeta do Povo - 11/07/2015 - http://goo.gl/qw16xD