Júlio Campos (Prati-Donaduzzi) quebrou em grande estilo um dos mais longos tabus da história da Stock Car. Depois de 50 corridas, completadas na primeira bateria da rodada dupla de domingo, no Autódromo Internacional de Curitiba-Pinhais, e vencida pelo paulista Daniel Serra (Red Bull), o curitibano de 33 anos se tornou o primeiro piloto local a ganhar uma prova na capital paranaense. E não parou por aí: também graças aos pontos do 8º na corrida inicial, Campos assumiu a liderança do campeonato, comandando a classificação pela primeira vez desde que estreou na categoria em 2006.
Foi um domingo em que tudo deu certo para a equipe comandada pelo uruguaio Juan Carlos "Mico" Lopez depois de um sábado para ser esquecido. Nos treinos classificatórios, o amazonense Antonio Pizzonia - que brilhou com um 4º e um 11º lugares e se transformou em outro grande destaque da etapa - ficou apenas em 16º no grid. Campos foi ainda pior e não passou de 20º. "Cometi um erro que acabou escondendo nosso potencial, porque tinha carro para largar entre os 10. Mas parece que Deus queria assim, porque foi por sair lá atrás que consegui escapar da grande confusão na primeira curva e ganhar várias posições", lembrou.
Campos foi subindo, optou pela troca de dois pneus na parada para reabastecimento e viu a estratégia funcionar perfeitamente. "Na verdade, nossa meta sempre foi a de somar o maior número de pontos possível e não ficar obcecado pela vitória. Eu sabia que precisava passar o pole Valdeno Brito na largada para ganhar alguma folga na frente. Só que foi uma corrida muito difícil, porque precisei economizar combustível e não correr o mesmo risco dos pilotos que ficaram pelo caminho no final. Mesmo assim, cruzei a linha de chegada com o carro praticamente desligado e pouco mais de meio litro no tanque", contou.
A vitória de Campos - sua segunda na categoria, repetindo o resultado de Tarumã no ano passado - levantou as arquibancadas lotadas. "Fico contente de ter dado essa alegria a esse povo que veio aqui hoje. Agora, temos de continuar nesse mesmo ritmo, porque o campeonato está apenas começando e esta foi somente a quarta etapa. Não será fácil manter a ponta porque a categoria está mais equilibrada. As equipes estão mais habituadas com esse formato de duas corridas e essa questão do consumo de combustível e pneus", completou.
A grande festa nos boxes da Prati-Donaduzzi foi complementada pelo excelente desempenho de Pizzonia. A exemplo do parceiro, ele evitou os toques que afastaram cinco carros ainda na primeira volta, imprimiu um ritmo agressivo na prova e voltou do pit stop na terceira posição. Como trocou apenas um pneu, já que a equipe priorizou a primeira bateria, acabou não resistindo e perdendo o lugar no pódio para Thiago Camilo (RCM/Ipiranga). Na segunda, parou logo na segunda volta para trocar o pneu dianteiro direito excessivamente desgastado, voltou no fim do pelotão e escalou o pelotão até entrar na zona de pontos. "Olhando pelas nossas colocações no grid, nosso fim de semana foi excelente. Talvez a estratégia mais adequada na primeira corrida tivesse sido trocar dois pneus, porque acho que ainda poderia brigar pela vitória com o Serrinha e o Marcos Gomes, que terminou em segundo. Mas não dá para reclamar: saímos no lucro." Os números dão razão ao ex-piloto da Fórmula 1, que subiu da 16ª para a 7ª posição no campeonato.
A quinta etapa está marcada para dia 28 de junho em Santa Cruz do Sul, onde Pizzonia e a Prati-Donaduzzi conquistaram suas primeiras vitórias na Stock Car em 2014.
Martes, 02 Junio 2015 21:00
Stock Car: Campos vence, quebra tabu e é o novo líder
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